sábado, 31 de março de 2012

O crescimento da classe C no Brasil

 A classe C é a que tem apresentado maior crescimento, tanto em termos de consumo quanto em relação ao incremento da população brasileira. Pode-se verificar que a classe C nos últimos anos tem obtido, com mais facilidade, linhas de crédito/financiamento para o consumo dos produtos de maior necessidade. Convém destacar que foi importante a redução do IPI para compra de produtos da linha branca.

De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, através do economista Marcelo Neri, coordenador do Centro de Pesquisas Sociais da FGV, a classe C corresponde a 105,5 milhões de pessoas, sendo que poderá alcançar 118 milhões da população brasileira (2014), ou seja, crescimento de
13 milhões de brasileiros, com incremento de 12%. Além do mais, a mesma pesquisa, acima referida, aborda que, de 2003 a 2011, 40 milhões de brasileiros entraram para a classe C, passando de 65,9 milhões para 105,5 milhões de brasileiros.

Para o citado pesquisador, coordenador da pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, os fatores que levaram ao crescimento da classe C são: educação, trabalho e as políticas econômicas e sociais do governo federal.

Oportuno salientar alguns dados do consumo da classe C, assim especificado: a) 40% dos computadores vendidos no Brasil; b) a cada 10 celulares vendidos, quatro estão em poder dessa classe; c) 70% dos apartamentos financiados pela Caixa Econômica Federal; d) 34% possuem carro; e) de cada 10 cartões de créditos emitidos, sete  são des t inados  para es sa clas se. Quanto ao grau de escolaridade, a distribuição verifica-se da seguinte forma: a) 34% no Ensino Médio; b) 30% no Ensino Fundamental; c) 27% de analfabetos e nível básico; d) 9% superior completo.

O contingente de novos consumidores que predominam na classe C possui prioridades em relação aos demais de outras classes. Segundo De Chiara (2008), a família vem em 1º lugar, em segundo a casa própria, em terceiro, o trabalho e em quarto, o lazer. O governo federal propõe-se a prorrogar as alíquotas do IPI, a partir de abril do corrente ano, para a compra de produtos da linha branca. Com isso, a tendência é aumentar o consumo por parte dessa importante classe representativa do país. Finalmente, segundo Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, “o potencial de consumo da classe C é muito superior ao das classes A e B, portanto, as políticas públicas precisam ser elaboradas para fortalecer justamente a classe C, pois tem muito potencial de crescimento”.




JOSÉ MANUEL M. R. S. MOEDAS
ECONOMISTA E ADMINISTRADOR DA FUNDAÇÃO CEPRO

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